Segundo a investigação, o golpe não se consumou por “circunstâncias alheias” à vontade de Bolsonaro.

O relatório da Polícia Federal (PF) que pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e de mais 36 pessoas próximas a ele concluiu que o ex-presidente “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito”.

O relatório da PF foi tornado público nesta terça, 26, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e enviado à procuradoria-geral da República. Caberá ao PGR, Paulo Gonet, decidir se, a partir da investigação da PF, oferecerá uma denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado.

“O arcabouço probatório colhido indica que o grupo investigado, liderado por JAIR BOLSONARO, à época presidente da República, criou, desenvolveu e disseminou a narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do País desde o ano de 2019”.

O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma “falsa realidade de fraude eleitoral” para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de “fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022”.

Ontem, 25, em entrevista a jornalistas, Bolsonaro se disse inocente e perseguido pela Justiça.

Bolsonaro e mais 36 indiciados

Alexandre de Moraes derrubou hoje o sigilo do relatório da PF que indiciou Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas. Entre os indiciados também estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além de integrantes das Forças Armadas e do governo Bolsonaro.

A PF indiciou os acusados pelos crimes de:

  • Associação criminosa;
  • Violência política;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado.

Apesar de derrubar o sigilo, Moraes preferiu manter a confidencialidade sobre a delação premiada do coronel Mauro Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Com Terra

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