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Os policiais penais e internos da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba) promoveram, em parceria com o Instituto Vou, uma ação beneficente em prol da reinserção social e da conscientização solidária

Os internos do projeto “Rede Artesã” produziram, de forma voluntária, 200 bonecos de amigurumis para doar às crianças do Hospital Infantil Albert Sabin. O Instituto Vou doou a matéria prima para a produção dos brinquedos. A motivação da ação é o Dia das Crianças, e as doações serão entregues no dia 17 de outubro.

Para a policial penal da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), Raysa Pitanga, a ação traz conforto e esperança para ambos os lados. “Essa iniciativa nos mantém com a esperança viva. O instituto Vou nos ajudou a transformar um espaço, dentro da unidade, em prol de algo maior. Pois eles, como nós policiais penais que acreditamos no projeto, vê uma luz onde muitos só vêem escuridão. É importante mostrar à sociedade que a ressocialização existe e do que ela é capaz de fazer. Hoje, através desse artesanato produzido pelos internos da unidade, iremos tornar o dia mais feliz e colorido para essas crianças. E isso não tem preço”, disse.

A diretora do Instituto Vou, Vanessa Queiroz, agradece a parceria. “O Instituto Vou, que tem como objetivo servir o próximo levando esperança e fé desenvolve um trabalho com os agentes policiais e internos da Unidade Prisional de Pacatuba. No mês de outubro unimos forças em prol das crianças que estão internadas no Hospital Albert Sabin, com a confecção de brinquedos de amigurumins. Acreditamos que através de ações como essa trabalhamos com a reintegração social dos internos despertando a solidariedade como um bem comum que gera um bem estar para toda a sociedade. Temos vivido uma experiência engrandecedora e ímpar ao perceber a dedicação com que tecem muito mais que brinquedos, pois trata-se de sonho e realização”, atenta.

O interno e participante do projeto “Rede Artesã” da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), João Martins Pereira, se emociona ao saber que seu trabalho vai trazer alegria para várias crianças. “Estou muito feliz em estar fazendo parte dessa ação. Saber que o esforço do meu trabalho vai gerar felicidade pra alguém, principalmente a uma criança, é gratificante. Jamais imaginei que iria aprender a fazer artesanato dentro do sistema prisional. Tenho certeza que esse dom, foi Deus que me deu e acredito que ao ter adquirido esse conhecimento, vou poder ajudar muitas pessoas ainda quando conquistar minha liberdade”, afirma.

Rede Artesã

O artesanato é uma das principais atividades desenvolvidas para os internos no sistema prisional do Ceará. Além da perspectiva artística e o retorno financeiro, a prática também contribui para a qualificação, a ocupação, a elevação da autoestima, a projeção de futuro positivo e a remição de pena para as pessoas privadas de liberdade.

O projeto “Rede Artesã”, desenvolvido pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), com apoio das direções das unidades prisionais e policiais penais, vem fortalecendo esse trabalho de forma diferente e possibilitando uma nova realidade aos internos e seus familiares.

Ao todo, são 1034 internos artesãos em 11 unidades prisionais participando dessa ação. Além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena e ajudam na renda familiar mesmo estando privados de liberdade. Todas as peças produzidas pelos internos são entregues aos familiares para que possam ser comercializados como uma forma de renda extra ou até renda principal para o núcleo familiar dos detentos. Além disso, o vínculo familiar é fortalecido devido a presença da família na comercialização e encaminhamento dos insumos.

O Crochê é a técnica principal trabalhada pelos internos. Para a produção dos artigos, todo o material usado é fornecido pelos próprios familiares. Os principais materiais utilizados são agulhas, botões, linhas e fios de malha. Por ser um material de fácil acesso, barato e com diversas cores, a confecção tem uma enorme variedade de produtos. Os apenados produzem bolsas, caminho de mesa, tapetes, toalhas de bandeja, redes entre outras peças.

Para participar, o interno passa por uma seleção onde a unidade prisional seleciona os candidatos por interesse, habilidade na técnica e condições da família em se responsabilizar pelo fornecimento de material para a produção das peças.

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