O Índice de Atividades Turísticas (Iatur) cearense, no acumulado dos últimos 12 meses (até junho de 2023), cresceu 13,3%, resultado idêntico ao desempenho nacional, enquanto Pernambuco registrou 2,8% e Bahia 10,7%.
O Iatur é um indicador construído a partir da Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que analisa o desempenho setorial além de estabelecer tendências das atividades no médio e no longo prazo. Os dados estão no Enfoque Econômico (Nº 257), trabalho que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
No primeiro semestre de 2023, quando comparado com igual período do ano passado, o turismo cearense cresceu 5,5%, enquanto o resultado nacional foi de 8,6%. O analista de Políticas Públicas do Ipece, Daniel Suliano, autor do estudo, explica que o setor turístico cearense (levando em consideração os primeiros semestres anteriores a 2023) apresenta três períodos de crescimento acima dos demais revelando, assim, um leve descolamento.
O primeiro período foi dominado sobremaneira pelo ano de 2014, quando, por exemplo, o crescimento no acumulado até junho da atividade cearense daquele ano chegou a 20,7% – a atividade nacional cresceu apenas 4,4%, Pernambuco 0,5% e Bahia 11,3%. “Especificamente, quando se observa o acumulado do ano de 2019 até junho – período que coincide ao primeiro semestre do referido ano – a taxa de crescimento da atividade turística cearense também opera bem acima dos demais, tendo crescimento quase 10%, contra 3% do Brasil, 2,9% de Pernambuco e 1,6% da Bahia”, ressalta.
A atividade turística cearense, segundo Daniel Suliano, segue a mesma tendência do nacional. “Além disso, em 2019 portanto, antes da pandemia, aquele crescia acima desse, não obstante apresentasse sinais de arrefecimento” – frisa. Já em 2020, com a decretação do estado pandêmico a partir da segunda quinzena de março e, portanto, ao final do primeiro trimestre do referente ano, é possível constatar que, a partir do segundo trimestre, foi claro o impacto no setor, não obstante as taxas negativas passarem a ocorrer de forma decrescente nos trimestres subsequentes.
Porém, a partir do segundo trimestre de 2021, a atividade turística cearense e a nacional cresceram vertiginosamente no bojo da retomada da economia, após o pior momento da crise sanitária. “Particularmente, destaque para o segundo trimestre de 2021, com crescimento de pouco mais de 97% para o Ceará e 90% para o Brasil em uma clara recuperação em V”, pontua.
Em 2022, o setor seguiu em plena recuperação, com destaque novamente para o segundo trimestre, com taxas de 77,8% para o Ceará e 48,2% para o Brasil.