Mudança na data do depoimento da Mayra Pinheiro, ocorreu após a oitiva de Eduardo Pazuello ser suspensa e remarcada para esta quinta-feira (20) na comissão.
O depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia da secretária de Gestão do Trabalho e Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que estava previsto para esta quinta-feira (20), foi transferido para a próxima terça-feira (25).
Segundo informações do analista de política da CNN Caio Junqueira, Pazuello precisou ser atendido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico e titular da comissão, após um mal-estar durante o intervalo da sessão de hoje.
Em entrevista à repórter da CNN Bárbara Baião, Alencar afirmou que o ex-ministro foi acometido por uma síndrome vasovagal, comum em momentos de nervosismo. Relata Otto Alencar que Eduardo Pazuello foi colocado deitado, com os membros superiores levantados e que voltou rapidamente a estar corado. Segundo o senador baiano, após o procedimento o ex-ministro “estava bem” e poderia voltar a depor.
Após o anúncio da suspensão da sessão, Pazuello falou com repórteres em sua saída do Senado e negou ter passado mal. Acompanhado do senador Marcos Rogério (DEM-RO), o general disse que a sessão foi interrompida por conta do horário e da ordem do dia no Senado.
Marcos Rogério e os senadores da tropa de choque governista negam que o ex-ministro tenha ficado indisposto. No entanto, o perfil oficial do Senado Federal no Twitter registrou a informação e também o atendimento médico feito pelo senador Otto Alencar.
Secretária foi citada por Pazuello
Em seu depoimento nesta quarta-feira (19), Pazuello atribuiu a criação do aplicativo TrateCov à Mayra Pinheiro.
De acordo com o militar, o aplicativo nunca foi lançado de forma oficial, apenas seu protótipo. Ele ressaltou ainda que a divulgação ocorreu de forma indevida por “um cidadão que a copiou”.
Em 13 de janeiro, porém, em meio à crise do oxigênio em Manaus, o Ministério da Saúde divulgou o aplicativo de forma oficial. A nota informativa, que já foi tirado do ar, dizia que 342 médicos manauaras já estavam aptos a usufruir da plataforma. O site da Casa Civil e a TV Brasil também anunciaram o lançamento. Oito dias mais tarde, em 21 de janeiro, a plataforma foi tirada do ar.
‘Capitã Cloroquina’
No dia 21 de março, Mayra Pinheiro, que é médica pediatra e ganhou o apelido de “Capitã Cloroquina”, dividiu com seus contatos no Facebook um pouco do que se passava com ela durante os dias em que seu corpo sentia os efeitos da Covid-19. Além de pensamento positivo e atendimento médico por via remota, seus parceiros de convalescença foram ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamina D e proxalutamida, todos ali, “na cabeceira da cama”, como ela mesma postou.
O porquê de tantos remédios, ela também explicou no texto: “Porque quando a sensação de morte surge de forma inesperada, você usa todos os recursos que podem trazer benefício. E foi viver que escolhi”. Foi com esse discurso em defesa de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 que Mayra Pinheiro recebeu o apelido que a acompanha.
Com essa retórica, Mayra ganhou projeção no Ministério da Saúde sob Eduardo Pazuello, embora tenha chegado à pasta ainda nos primeiros dias da gestão de Luiz Henrique Mandetta. E foi também a defesa diligente do chamado “tratamento precoce” que levou a CPI a apresentar quatro requerimentos para que a secretária prestasse depoimento.
Com Informações da CNN Brasil